ALTERAÇÃO DO ENDEREÇO

sábado, 12 de fevereiro de 2011

- " Portugal na China "

Macau

No processo de expansão do seu Império em rede, os portugueses chegaram à China nos princípios do Séc. XVI.

O plano de expansão inteligentemente elaborado no reinado de João II e brilhantemente continuado no reinado de Manuel I, previa a neutralização da “Rota da Seda”, através da qual eram mantidas as relações comerciais entre a China e Constantinopla e de aí com Veneza.
Usando o que hoje se designa por hard power após o fracasso do soft power, a conquista de Malaca, em 1511, abriu o Pacífico aos portugueses e, com isso, o acesso à China.

As relações com a China foram efetuadas pela via oficial e pela via privada.
As relações oficiais foram difíceis, devido à política xenófoba iniciada pelo Imperador Zhu Di e seguida pelos seus sucessores Zhu Gaozhi e Zu Zhanji que puseram fim às navegações do Almirante Zheng He e fecharam ao Mundo as portas da China.
Tomé Pires, o embaixador português, teve de aguardar três anos, alguns dos quais na prisão, para falar com o Imperador.
A via privada foi muito mais eficiente e, já em 1513, Jorge Alvares conseguiu armar um Junco e iniciar o comércio entre a China e Malaca. Numa praia isolada construiu uma cabana que servia de abrigo aos mercadores portugueses que se aventuravam até ao mar Amarelo e implantou nela um padrão com as quinas para afirmar que a região pertencia ao rei de Portugal.
Este espaço de terra ficou célebre porque foi nele que morreu S. Francisco Xavier.
Outros mercadores fizeram o mesmo que Jorge Alvares e, desafiando as proibições imperiais, alargaram o comércio até à India através de Malaca.
Os chineses acabaram por reconhecer o benefício deste comércio e aliado ao facto de os portugueses terem acabado com a pirataria no mar da China, em 1557 a proverbial sabedoria encontrou uma solução hábil para permitir a presença dos portugueses e o comércio sem infringir a proibição: deram aos portugueses uma ilhota ligada ao continente por um histmo, no qual construíram um muro para indicar que ali acabava a China.
Tinha nascido o território de Macau ! ….
Rapidamente a pequena aldeia se transformou numa ativa cidade comercial que foi, até 1675, a única porta de saída do comércio chinês, tanto para a Europa como para Malaca e Japão. Porém só em 1887 é que a China reconheceu, oficialmente, a soberania e a ocupação perpétua portuguesa sobre Macau.
Em 1967, ativistas chineses pró-comunistas originaram um motim que contestava a posse perpétua de Macau e, em 1987, Portugal e a República Popular da China acordaram que Macau passaria, de novo, para a soberania chinesa em 20 de Dezembro de 1999.

Macau foi território português durante 400 anos e foi o primeiro e o último território europeu na China.
Hoje continua em franco desenvolvimento e Portugal continua presente em cada esquina, como se pode verificar nos videos que se seguem.

A.Norton



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