::: A Língua Portuguesa foi escolhida
como a melhor para se aprender por uma publicação internacional. Mas falta
ainda, de dentro da Lusofonia, devolver a ela uma visão internacional. :::
Hoje – acima de todo nacionalismo ou de um imperialismo vindo de um país
sobre toda a Língua –, faz falta uma política de ensino para uma Língua
Portuguesa que não seja só brasileira ou só portuguesa, mas que seja
internacional, seja lusófona.
A Língua Portuguesa vive mais um momento de grande projeção no mundo.
Porém, ainda é preciso desfazer as divisões que se tentam ideologicamente criar
dentro da Língua. Faz falta uma política de ensino para uma Língua Portuguesa
internacional, de convergência mundial. Que não seja só brasileira ou só
portuguesa, mas que – acima de todo nacionalismo – seja internacional, seja lusófona.
No português, tanto em um lado como em outro do Atlântico, a gramática é
praticamente a mesma. Os modelos de ortografia, de flexões e de ordem sintática
são os mesmos, só havendo a natural variação nas pronúncias. Há variações nas
formas da fala do português no Brasil, o paulista, o mineiro, o carioca, o
gaúcho, o nordestino; assim como nas formas do português em Portugal, o
lisboeta, o portuense, o alentejano, o beirão, o açoriano; isso sem falar na
África, em Macau, em Goa, em Timor-Leste.
Portanto, há uma unidade gramatical, e são muito poucas entre si as
diferenças no léxico. As palavras essenciais do português falado em todo o
mundo são as mesmas, e de longe há no conjunto do léxico muito mais
coincidências do que diferenças. Assim como normalmente há algumas diferenças
de léxico e de pronúncias entre o inglês britânico e o inglês americano, mas aí
também trata-se de uma só língua.
A própria autora reconhece que, ao aprender a Língua Portuguesa no Brasil,
pode-se dominar o português internacional “com uma pronúncia nova e com umas
poucas palavras novas”.
O enfoque do texto recai sobre a força económica da Língua, sobretudo a de
sua variante brasileira – não se pode falar em “português do Brasil” como uma
Língua própria pelas razões citadas acima e que permitem uma intercompreensão
perfeita entre seus falantes e seus leitores de qualquer parte do mundo. Em um
mundo de comunicação em escala mundial, dar o caráter da Língua Portuguesa como
se fosse de um só país é tirar dela o caráter que historicamente teve de uma
Língua global.
Condenam-se hoje em dia os isolacionismos e o imperialismo
vindo de um país sobre toda a Língua. Aquele sentimento de divisão que faz as
empresas exigirem de profissionais um “‘português brasileiro fluente’ em seus
currículos” – ou mesmo, tão simples, de um fluente “brasileiro”…
Mas essa Língua é a portuguesa. E trata-se de uma só Língua, da “filha ilustre do
Latim”. O português é uma Língua do mundo, e deve ser-lhe dado um enfoque
universalizante, internacional – razão de existência da Lusofonia.
1 comentário:
ah............................
a informação - é boa quando abunda
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