Há quem questione a designação de
Lusofonia atribuindo-lhe um significado que, na realidade, não tem.
Fala-se na Lusitânia, no seu povo,
nos seus limites, fala-se na cor da pele de alguns lusófonos, mas não se
consegue discutir o termo de forma pragmática. Nem se consegue chegar a uma conclusão
!
Outra coisa não seria de esperar, visto o objeto do debate ser um termo tão abrangente e, ao mesmo tempo, tão diáfano e romântico.
Se, por um lado, considerando a etimologia do termo, mais de metade dos portugueses e todos os que não nasceram em Portugal não se podem sentir abrangidos por ele, por outro, não podemos esquecer que as palavras tomam o sentido que se lhes atribui.
Assim e recorrendo aos dicionários, encontramos vários significados:
- a Porto Editora diz-nos que lusofonia “é o conjunto de falantes de português” ou o “conjunto de países que têm o português como língua materna ou como língua oficial”: uma definição demasiado simplista e redutora;
Outra coisa não seria de esperar, visto o objeto do debate ser um termo tão abrangente e, ao mesmo tempo, tão diáfano e romântico.
Se, por um lado, considerando a etimologia do termo, mais de metade dos portugueses e todos os que não nasceram em Portugal não se podem sentir abrangidos por ele, por outro, não podemos esquecer que as palavras tomam o sentido que se lhes atribui.
Assim e recorrendo aos dicionários, encontramos vários significados:
- a Porto Editora diz-nos que lusofonia “é o conjunto de falantes de português” ou o “conjunto de países que têm o português como língua materna ou como língua oficial”: uma definição demasiado simplista e redutora;
- o dicionário Priberam diz-nos que lusofonia é o “conjunto
político-cultural dos falantes de português” e a “divulgação da língua
portuguesa no mundo”: significados que já nos dizem mais qualquer coisa embora
insuficiente;
- a wikipedia dá-nos uma definição mais completa ao afirmar que
lusofonia “é o conjunto de identidades culturais existentes em países,
regiões, estados ou cidades falantes da língua portuguesa.
e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo”.
Com todo o respeito que os autores destas definições me merecem, lamento mas nenhuma delas me satisfaz !
e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo”.
Com todo o respeito que os autores destas definições me merecem, lamento mas nenhuma delas me satisfaz !
Será que os descendentes de portugueses
que vivem na Malásia, na China, na Índia, no Sri Lanka, na Guiné Equatorial, na
Indonésia, nas Antilhas, etc., etc. e que persistem em manter a sua ascendência
portuguesa e que, apesar de não falarem português, continuam a falar os
dialetos que lá se formaram, não devem ser incluídos na lusofonia?
Defendo que incluí-los na lusofonia
será uma questão de honra e o mínimo que por eles se pode fazer.
Mas porque é que o termo incomoda ? A Lusitânia já não existe; entre os poucos resultantes da amálgama de lusitanos, celtas, suevos, alanos, visigodos, vândalos e outros, que foram empurrados para o Norte da Península pela invasão berbére e que, mais tarde, vieram a misturar-se com os que ficaram na sua terra e absorveram forte influência muçulmana, já não há nenhum vestígio lusitano. Isto, no séc.XI !...
Cinco séculos mais tarde, a imitação dos
clássicos ressuscitou o termo, ligando-o à noção de heroísmo e valentia de um
povo que já nada tem ou nunca teve a ver com os lusitanos.
Camões poderia chamar à sua obra “Konisíadas”
ou “Portugalisíadas” que o significado seria, exatamente, o mesmo.
O termo Lusofonia não tem nada a ver com
lusitanos a não ser etimologicamente.
Considerando tudo o que acima foi
dito, para mim...
“Lusofonia é um conceito de partilha e valorização de culturas que estão ou estiveram ligadas à cultura e à língua portuguesas.”