Para mal dos meus pecados, este meu espírito irrequieto não me deixa em paz. Quando lê um texto sobre este tema fica numa roda-viva !
Delicia-se com os textos filosóficos tão bem elaborados; admira as ideias tão bem arquitectadas; lê-os com ansiedade, mas chega ao fim com a sensação de ter tido uma refeição requintada mas que não satisfez as suas necessidades energéticas.
E aqui, insidioso, pergunta-me sempre :
-“ Bem !...destes textos tão bonitos o que é que se pode pôr em prática ?
( É um espírito pragmático !...)
Para ser sincero eu fico um pouco comprometido, porque não sei bem o que lhe hei-de responder. Falou-se sobre Vieira, falou-se sobre Pessoa, falou-se sobre Agostinho, mas sobre a CPLP pouco se falou.
Em 7 textos que foram publicados, num total que excedeu 400 linhas, só se fizeram 13 referências à CPLP.
Como compensação, achei muito simpática e prometedora a ideia de Renato de fazermos parte da guarda-avançada da CPLP.
Logo este espírito ardiloso me perguntou:
-“Mas uma guarda-avançada não pressupõe que atrás dela há um exército ? “
Tive de recorrer a toda a minha paciência para lhe explicar que nem sempre é assim ; que há exércitos que o não são, que existem e não existem, que podem ou não vir a sê-lo.
Capcioso, ele não perdeu a oportunidade de criar um raciocínio redutor :
-“Então é como a CPLP. Tem cerca de 240 milhões de soldados mas não tem exército !...
É como no caso de Roma; se não pagasse aos seus soldados um salário não teria exército!
Então,o que falta à CPLP é o sal ! “
Fiquei a pensar no assunto. Ele não terá razão ?
Temos Imperadores, temos Senadores, temos Generais, temos a guarda-avançada mas... onde está o exército ?
Enquanto não se der sal aos soldados nunca conseguiremos ter um exército. ( Não vou falar de Vieira ).
A CPLP é, na realidade, um ideal ! E os ideais, como tudo o resto, têm de ser, como diria um técnico de marketing, “vendidos”.
A História tem-nos provado isso.
Casimiro Ceivães afirmou que a CPLP tem falta evidente de direcção política. Concordo e direi mais: tem, também, falta de outra coisa que é indispensável : estratégia !
Dos seus objectivos, pode-se dizer que há uma enorme falta de noção das prioridades. Dos primeiros objectivos a alcançar, deveria fazer parte a divulgação generalizada.
Se alguém se desse ao trabalho de fazer hoje um inquérito, estou certo que concluiria que a maioria dos inquiridos desconhece a CPLP.
Com o meio extraordinário que temos hoje à nossa disposição, que é a Internet, seria fácílimo chegar até às camadas menos instruidas das populações. Sabemos como a Internet está divulgada entre a juventude portuguesa; na Galiza,creio ser a mesma coisa; no Brasil, qualquer favela, por muito pobre que seja, tem vários locais com acesso à Internet; em África a questão seria um pouco mais complicada mas, em parte, poderia ser resolvida.
A CPLP não faz nada para ganhar a colaboração dos meios de comunicação social que a ignoram olimpicamente.
Pelo menos a TV teria de ser um meio que a CPLP deveria saber utilizar em seu benefício. Em contrapartida a maioria das iniciativas da CPLP nem sequer são noticiadas.
São estas e outras lacunas que me levam a fazer o papel de advogado-do-diabo na esperança de que haja quem acorde para as realidades.
Sei que a figura do advogado-do-diabo é, quase sempre, incómoda mas a experiência tem-me mostrado que, em qualquer empreendimento, ela é indispensável para se obter sucesso.
Enquanto não se der sal aos soldados nunca conseguiremos ter um exército. ( Não vou falar de Vieira ).
A CPLP é, na realidade, um ideal ! E os ideais, como tudo o resto, têm de ser, como diria um técnico de marketing, “vendidos”.
A História tem-nos provado isso.
Casimiro Ceivães afirmou que a CPLP tem falta evidente de direcção política. Concordo e direi mais: tem, também, falta de outra coisa que é indispensável : estratégia !
Dos seus objectivos, pode-se dizer que há uma enorme falta de noção das prioridades. Dos primeiros objectivos a alcançar, deveria fazer parte a divulgação generalizada.
Se alguém se desse ao trabalho de fazer hoje um inquérito, estou certo que concluiria que a maioria dos inquiridos desconhece a CPLP.
Com o meio extraordinário que temos hoje à nossa disposição, que é a Internet, seria fácílimo chegar até às camadas menos instruidas das populações. Sabemos como a Internet está divulgada entre a juventude portuguesa; na Galiza,creio ser a mesma coisa; no Brasil, qualquer favela, por muito pobre que seja, tem vários locais com acesso à Internet; em África a questão seria um pouco mais complicada mas, em parte, poderia ser resolvida.
A CPLP não faz nada para ganhar a colaboração dos meios de comunicação social que a ignoram olimpicamente.
Pelo menos a TV teria de ser um meio que a CPLP deveria saber utilizar em seu benefício. Em contrapartida a maioria das iniciativas da CPLP nem sequer são noticiadas.
São estas e outras lacunas que me levam a fazer o papel de advogado-do-diabo na esperança de que haja quem acorde para as realidades.
Sei que a figura do advogado-do-diabo é, quase sempre, incómoda mas a experiência tem-me mostrado que, em qualquer empreendimento, ela é indispensável para se obter sucesso.
3 comentários:
Anónimo disse...
Há aqui um engano qualquer, este é o blogue do MIL, não é o da CPLP.
5 de Setembro de 2008 20:31
O comentário anterior e os que se seguem foram inseridos no blogue "A Nova Águia" onde este artigo também foi publicado.
Renato Epifânio disse...
Caro Arnaldo
Tem razão, está quase tudo por fazer em relação à CPLP. Daí a razão de ser do MIL...
Abraço MIL
6 de Setembro de 2008 1:59
Anónimo disse...
O diabo diz que nao o conhece e que se contratasse advogad0s assim já estaria sem nada.
6 de Setembro de 2008 5:24
jawaa disse...
O MIL tem tudo a ver com a CPLP, é já uma estratégia para credibilizá-la, para lha dar a força que ainda não tem... ou não?
Abraço
6 de Setembro de 2008 13:33
Arnaldo Norton disse...
Embora me repugne considerar comentários anónimos, aconselho-o a consultar o parágrafo 5 da "Declaração de Princípios e Objectivos" do MIL.
6 de Setembro de 2008 15:28
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