ALTERAÇÃO DO ENDEREÇO

sábado, 27 de novembro de 2010

-" Maquiavel e Angela Merkel "

Nicolau Maquiavel disse, no seu livro O Príncipe, que “acima de tudo (o Príncipe) deve estudar História para que possa fazer aquilo que gente eminente fez antes”.
Como antítese a esta frase que é uma das mais brilhantes que já foram ditas, posso recordar a mais infeliz de todas, pronunciada por Mário Soares: “a História nunca se repete”.

A grande diferença entre estas frases, é que a primeira gera grandes governantes e a segunda só conseguiu gerar traidores que condenaram milhares de angolanos e moçambicanos à miséria e à morte.

Eu, que não consigo sequer aproximar-me da capacidade política e do pragmatismo de Maquiavel mas que, felizmente, me encontro longe da arrogância e da opacidade política de Mário Soares, atrevo-me a aglomerar ambas as frases e a formular uma frase idêntica à de Maquiavel:

“acima de tudo o governante deve estudar História para não repetir os erros do passado“.

Maquiavel, Mário Soares e Angela Merkel, três figuras que personificam o mal e que têm algo em comum: a História !... Uma porque aconselha o seu estudo; outra porque a conhece mal e a terceira porque a quer ignorar.

A História regista os factos e pode ser facilmente iludida mas a Historologia é um juiz implacável.
Maquiavel já foi julgado pelos efeitos perniciosos que a sua filosofia teve e continua a ter na sociedade.

Mário Soares já tem o seu lugar na galeria de criminosos pela maneira como vendeu Portugal.
E Angela Merkel ?... Que crime é que ela pretende cometer ? Não acredito que as imbecilidades que tem dito nos seus discursos e as que tem mandado dizer tenham por finalidade destruir a economia, seja da Grécia, da Irlanda, da Itália, da Espanha ou de Portugal. Ou que seja para evitar um descalabro eleitoral cuja ameaça ela já sente.

Será que ela quer destruir a Europa ?... Será que vamos voltar aos jogos de guerra do séc.XX ? …

A França e o Reino Unido celebraram, há pouco, um tratado sobre armas nucleares que, na sua essência, seguramente não ignorou o medo que ambos têm da Alemanha. A Alemanha, por sua vez, que não tem armas nucleares mas que tem dinheiro, uma arma muito mais poderosa, resolveu soprar sobre os mercados financeiros e provocou um vendaval.

A Grécia e a Irlanda já estão neutralizadas. Qual é o próximo da lista?
Grande parte da dívida pública portuguesa está na posse de Bancos alemães que têm contribuído grandemente para a subida escandalosa dos juros.

Os financeiros alemães “embrulharam” Hitler com a treta do Lebensraum! A senhora Merkel foi embrulhada com quê ? Com a treta do Handelsraum ?

Que ela não morre de amores pela União Europeia tenho a certeza. Do mesmo modo que tenho a certeza que os espíritos de grandes europeístas alemães como Adenauer, nunca lhe irão perdoar se ela provocar a terceira destruição da Europa .

A.Norton

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

-" Greve Geral em Portugal "

Portugal esteve ontem em greve que, segundo os sindicatos, foi geral mas que, segundo o governo, foi parcial. Mais uma vez, a desonestidade e a desinformação retiraram impacto ao efeito da greve. Os sindicatos afirmam que cerca de 3 milhões aderiram à greve ! Então não foi uma greve geral, dado que a massa trabalhadora excede, em pouco, os 4 milhões!...

Quando será que governo e sindicatos vão deixar de nos tratar como débeis mentais ?

Mas não é isto que me interessa salientar! Interessa-me registar aquilo que esta greve, essencialmente, demonstrou: demonstrou que os portugueses têm grande civismo e que sabem manifestar-se ordeiramente.
Não houve distúrbios, não houve feridos, não houve montras partidas, não houve carros incendiados; decorreu tudo da forma mais civilizada.

Comparem com o que aconteceu nas greves ou manifestações que ocorreram na Grécia, na Irlanda, na Islândia, na França e na Inglaterra.

Deixo-vos mais este tema para reflexão ! …

A.Norton

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

-"O atual pioneirismo português "

Nesta época de crise, em que é necessário acordar a audácia e a coragem típica dos portugueses, é indispensável que eles saibam quem são e do que foram e são capazes.
Por isso, divulgo um texto que circula na internet, da autoria de Nicolau Santos, diretor-adjunto do jornal “Expresso”, publicado na revista “Exportar”.

Eu conheço um país que

- tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da EU;
- tem a sede de uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores;
- é líder mundial na produção de feltros para chapéus;
- tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados;

- tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar;
- tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina;
- tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais;
- tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos;
- revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa;
- está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento;
- tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para toda a EU;
- desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES;
- tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia;
- desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas;
- inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial;
- é líder mundial na produção de rolhas de cortiça;
- produz dos melhores vinhos, distinguidos em vários certames mundiais;
- inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis;
- construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade pelo Mundo;

Os internautas Luís Pirão e José Lopes acrescentaram à lista o seguinte:
- é o segundo em internet de banda larga na Europa.
- desenvolveu e aperfeiçoou um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos duma cadeia mundial de “fast food”.
- produz sapatos de primeira qualidade reconhecida mundialmente.
- produz adereços utilizados pela indústria cinematográfica de Hollywood.
- criou a única palete de cores para leitura de daltónicos.
- produz os fatos usados na Fórmula 1 e pelos astronautas da NASA.
- produz o melhor software de GPS do mundo.
- faz os melhores lasers do mundo, utilizados na medicina e na indústria aeroespacial.
- tem um monumento que tem 6 orgãos, sendo o único no mundo (Convento de Mafra).
- tem uma história ímpar que ligou todos os continentes comercialmente, pela primeira vez na história da humanidade, no século XVI.


Se não fosse a introdução do texto os leitores, possivelmente, não reconheceriam o país a que ele se refere!

Pois, o país é PORTUGAL ! …Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
É mais do que tempo que a nova geração de portugueses, na sua maioria desenraizada, reconheça que muitas das comodidades de que disfrutam são de origem portuguesa e que se torne conscientes das suas capacidades.

Segue-se uma relação de parte das empresas relacionadas com o texto:

Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom
Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.

Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe,como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, Mc Donalds.etc.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

-" Para entender a Guiné-Bissau "

Carta aberta ao Snr. Fafali Koudawo, digno reitor da Universidade Colinas de Boé, em Bissau.

Prezado Senhor!
Apesar do respeito que me merece o seu cargo como responsável pela formação de muitos jovens guineenses e por o considerar de enorme importância e, ainda, por respeito pela Historiologia e consciente do efeito pernicioso que falsas manifestações de patriotismo podem ter na consolidação da CPLP, não ficaria de bem com a minha consciência se não contestasse algumas afirmações que faz na entrevista que a seguir transcrevo e que o entrevistador teve a infelicidade de classificar como “ uma aula de história “.

Entrevista concedida ao autor do blogue “Diário da África”
em Outubro de 2009, pelo Senhor Fafali Koudawo, natural do Togo e radicado há vários anos na Guiné-Bissau, professor, jornalista, analista político e reitor da Universidade Colinas de Boé, em Bissau.
(publicada em “Moçambique para todos” em 23 de Outubro de 2010)

“DIÁRIO DA ÁFRICA - COMO FOI A OCUPAÇÃO PORTUGUESA NA GUINÉ-BISSAU?

FAFALI KOUDAWO – A Guiné-Bissau foi um dos países descobertos pelos portugueses no início do seu périplo pelas costas da África. A Guiné foi visitada muito cedo. Até o nome Guiné é um dos nomes deixados pelos portugueses porque isso faz parte da própria história do continente africano.
Quando os portugueses começaram a dar a volta ao continente africano, todo o continente chamava-se Guiné. Guiné Superior, Guiné Inferior e há uma parte do continente que acabou por guardar o nome de Guiné. Sabemos que o nome África é de mais ao norte, da zona de Cartago, na Tunísia, de uma deusa que acabou por dar o nome de África ao continente. E toda essa costa chama-se Guiné e a implantação dos portugueses aqui foi ditada pelo tráfico dos escravos.
Mas essa implantação foi por muito tempo precária porque havia uma forte concorrência dos ingleses, dos espanhóis, dos franceses.
E as fortificações, as fortalezas que foram aqui construídas pelos portugueses mudaram várias vezes de donos, segundo as vicissitudes das guerras entre as potências européias. Isso durou do século 16 ao século 19, quando acabou o comércio triangular. Esta parte foi um pouco abandonada porque já não apresentava benefício para os portugueses.
Com o início da penetração colonial, o país reganhou um certo interesse para os portugueses e eles apoderaram-se das costas e penetraram no interior depois da conferência de Berlim, que lançou a grande penetração das potências europeias no interior do continente africano. A dominação portuguesa aqui na Guiné foi muito periférica porque a conquista foi lenta e a consolidação dessa conquista, tardia. As guerras de consolidação portuguesa aqui na Guiné-Bissau terminaram só nos anos 40. Então Portugal teve pouco tempo de implantação da sua influência nesta parte do continente africano.
De fato há uma contradição muito grande. A presença portuguesa aqui na Guiné durou mais de 500 anos, mas a influência real de Portugal aqui durou muito pouco tempo. Depois da consolidação da dominação administrativa e militar na Guiné, os portugueses não tiveram essa capacidade de implantar um empreendimento de valorização dos recursos. Há várias razões para isso. O país é muito hostil em termos naturais. O país tem condições duras de calor, de umidade, a influência do paludismo. Tudo isso impediu uma implantação humana de portugueses aqui. E a Guiné, dita portuguesa na altura, tornou-se apenas uma escala, uma etapa na rota em direção a países mais atraentes como Angola e Moçambique. Dada essa condição o país ficou pouco valorizado até o eclodir da luta de libertação nacional, em 1963.
Então, se
resumirmos entre a consolidação da dominação portuguesa, no início dos anos 40, e o início da luta de libertação, passaram-se apenas algumas décadas. Essas décadas não bastaram para lançar um desenvolvimento do país impulsionado pelo impedimento colonial. A luta de libertação nacional foi conduzida a partir do sul do país, com o apoio forte de um país vizinho, a Guiné Conacri. E essa luta de libertação durou 11 anos, de 1963 a 1974, e foi uma luta dura em que os portugueses tomaram consciência da impossibilidade de ganhar a guerra.
Porque trata-se aqui de um terreno muito favorável a uma guerra de guerrilha, um país com muitos rios, muitas florestas, com zonas pantanosas que não permitem uma movimentação de forças armadas, mas permitem uma facilidade de manobra para forças pequenas de guerrilha que podem fazer muitos estragos nas fileiras dos portugueses. E na altura da guerra, vir à Guiné-Bissau para um português era vir para um inferno.
Fazer a guerra em Angola era mais aceitável para um português do que vir fazer a guerra na Guiné-Bissau, que era um verdadeiro inferno. Aliás foi aqui na Guiné que, tendo tomado consciência da impossibilidade de ganhar uma guerra colonial, os oficiais portugueses decidiram fazer o golpe de estado do 25 de abril de 1974 que acabou por libertar os portugueses da ditadura.
Houve portanto essa espécie de paradoxo que foi a dura guerra de libertação na Guiné que acabou por libertar Portugal antes de libertar as colônias.
Mas antes do golpe de estado em Portugal, a Guiné-Bissau já tinha proclamado a sua independência. Porque o país já foi libertado em dois terços e essa libertação de uma larga zona onde se construiu já um estado que funcionava com instituições ditas revolucionárias na época. Isso permitiu a proclamação de um estado que foi logo reconhecido por dezenas de estados e foi proclamado. Aliás, depois da visita de uma comissão das Nações Unidas para constatar a efetividade do controle do movimento de libertação sobre a zona pretendida libertada e, depois da confirmação de que o movimento de libertação controlava realmente essa zona, o país foi proclamado independente.”


Como disse inicialmente, vou contestar algumas afirmações imprecisas que o Snr. Reitor da Univ. Colinas produziu. Vou fazê-lo sem mencionar documentação que a fundamente mas, se for necessário, a indicarei.
Por uma questão de ordem prática, utilizarei o sistema de reproduzir cada uma das suas afirmações e, em seguida, as esclarecer:
a implantação dos portugueses aqui foi ditada pelo tráfico dos escravos”.
Tem, em parte, razão quando faz essa afirmação. Mas o modo como a faz poderá levar um leitor menos avisado a pensar que foram os portugueses que iniciaram esse ignóbil comércio. Como sabe, os portugueses limitaram-se, salvo exceções, a retirar aos árabes o domínio do negócio de escravos para a Europa.

…Mas essa implantação foi por muito tempo precária porque havia uma forte concorrência dos ingleses, dos espanhóis, dos franceses.
Esta afirmação também é imprecisa pois espanhóis e franceses nunca passaram das Ilhas Canárias e os ingleses ainda não pensavam em navegar. A concorrência começou aquando da monarquia dual ibérica, durante a qual a defesa do império português foi negligenciada.
Como sabe, o império português era uma talassocracia, de aí o pouco interesse em dominar extensões continentais.

…e foi uma luta dura em que os portugueses tomaram consciência da impossibilidade de ganhar a guerra.
Sabe, perfeitamente, que uma guerra de guerrilha só pode terminar quando uma das partes ceder ou a diplomacia lhe puser fim. No caso do ultramar português, o acordo entre a União Soviética e os Estados Unidos impossibilitaram qualquer solução diplomática.

…Aliás foi aqui na Guiné que, tendo tomado consciência da impossibilidade de ganhar uma guerra colonial, os oficiais portugueses decidiram fazer o golpe de estado do 25 de abril de 1974 que acabou por libertar os portugueses da ditadura.
Também o sabe mas pode não o querer confessar, que se não fosse a infiltração nas Forças Armadas portuguesas de elementos afetos à União Soviética e o acordo acima referido, a situação teria um desfecho completamente diferente.

…onde se construiu já um estado que funcionava com instituições ditas revolucionárias na época.
Francamente ! Que fantasia tão mal elaborada !... Um estado que funcionava?
Se, ainda hoje, não funciona, como se pode afirmar que funcionava naquela época?
A ONU, na sua maioria desinteressada, e dominada pela URSS e pelos países africanos que outra posição poderia tomar ?

Espero, Senhor Reitor, que não interprete mal a posição que assumi e peço-lhe que, para bem de todos nós membros da CPLP, ensine os seus alunos a interpretarem a História de uma forma verdadeira mas desapaixonada.
Envio-lhe os meus melhores cumprimentos.